Recitei um poema quando era bem novinha que nunca me esqueci dele… Por mais que não lembrasse exatamente as palavras, Ficou o sentido, Marcou. Próprio da existência.
Para refrescar a memória:
MOTE:
“De que me serve fugir
da morte, dor e perigo,
se me eu levo comigo?VOLTAS:
Tenho-me persuadido
por razão conveniente,
que não posso ser contente,
pois que pude ser nascido.
Anda sempre tão unido
o meu tormento comigo
que eu mesmo sou meu perigo.E se de mim me livrasse,
nenhum gosto me seria
que, não sendo eu, não teria
mal que esse bem me tirasse.
Força é logo que assi passe,
ou com desgosto comigo,
ou sem gosto e sem perigo.”
Luís Vaz de Camões